Automação foi o foco central do ciclo de palestras organizado pela ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e pela GS1 Brasil - Associação Brasileira de Automação, em 16 de outubro, na sede do Sigep/Abigraf-PR. O assunto foi detalhado nas palestras “Controle de processo, padronização e automação com foco na produtividade”, proferida pelo consultor da ABTG, Marcelo Ferreira, e “Como a gráfica pode assegurar a correta aplicação e impressão de códigos de barras”, a cargo de Karina Rocha, da GS1.
Marcelo Ferreira abriu a noite destacando junto aos gestores das gráficas as necessidades de controles e relatórios automatizados na administração das empresas. Essa automatização, segundo ele, passa pela utilização de softwares de apontamento. “Há bons softwares no mercado que auxiliam na identificação dos ofensores no processo de custo e produtividade, facilitando a correção dos problemas”.
Para o consultor, a adoção de softwares é imprescindível para manter a saúde financeira das gráficas. Isto porque, conta Marcelo, se a empresa não tem noção exata dos seus custos e do que pode fazer para enxugá-los, tende a ficar com a estrutura pesada e acaba aumentando os preços, o que acarreta mais dificuldades em gerar vendas.
Como a maior parte das gráficas ainda é gerida de forma familiar e sem a cultura de utilização de ferramentas de gestão, Marcelo cita números para convencer sobre os benefícios da automação. “Em algumas consultorias aplicadas constatamos aumento na produtividade de 30% em seis meses”.
A automação também traz benefícios para otimizar os investimentos em máquinas. Segundo o consultor, é comum o empresário ver problemas de produtividade e investir em novas máquinas para tentar resolver a questão. No entanto, em muitos casos essa não é a solução adequada. “Com a reorganização na gestão ele pode enxugar a estrutura, evitar o desperdício, reduzir custos e enxergar que é desnecessária a compra de mais equipamentos. Por isso é importante fazer uma investigação detalhada antes de tomar decisões. E a automação na gestão contribui muito neste processo”.
Código de barras
Na segunda parte do evento, Karina Rocha, da GS1 - organização multissetorial e sem fins lucrativos, presente em mais de 110 países -, falou sobre o papel das gráficas na aplicação e impressão de códigos de barras, que seguem um padrão mundial denominado Sistema GS1. Por meio dele, empresas estabelecem uma comunicação com todos os parceiros da cadeia de suprimentos. Além de informações exclusivas sobre produtos e serviços, o código proporciona rastreabilidade nas operações. A correta impressão dos códigos é o que garantirá a eficiência desse processo. Muitas empresas desconhecem as características e restrições quanto à aplicação e impressão do código de barras. “Não se pode inventar um código ou atribuir uma numeração criada aleatoriamente. O código de barras tem licença que somente a GS1 pode atribuir”, explicou.
A principal orientação passada por Karina é a de que as gráficas orientem seus clientes a procurarem informações sobre código de barras diretamente com a GS1. Muitas empresas oferecem o código, até pela internet, mas sem o licenciamento. Em alguns casos, a atividade funciona como um mercado pirata. “Acontece bastante de empresas ligarem para a gente pedindo alguma informação sobre o código de barras que já possuem, por exemplo. Mas, quando vamos conferir o CNPJ, notamos que aquela determinada empresa não é nossa associada, ou seja, ela conseguiu o código em algum mercado paralelo e nem sabe disso”.
O problema em situações assim, alerta Karina, é que o código pirata pode coincidir com o de alguma companhia que tem o licenciamento. “Por direito, esta empresa pode processar a que está utilizando indevidamente o código”.
Veja orientações da GS1:
Pontos de atenção:
- Não é recomendado adquirir a licença por meio de intermediadores ou empresas privadas, e nem que esta numeração seja fornecida por quaisquer empresas que não seja a GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação.
- Juntamente com o código GTIN (numeração a partir da qual é gerado o código de barras), a GS1 Brasil disponibiliza um pacote de serviços de suporte ao associado;
A qualidade de impressão dos códigos de barras é essencial para garantir a leitura rápida e eficiente por toda a cadeia de suprimentos.
Cores: A melhor combinação de cores é a de barras pretas com fundo branco, propiciando contraste.
Truncamento: Não reduza a altura das barras, pois isto impacta diretamente na eficiência da leitura.
Margens de Silêncio: São os espaços em branco antes da 1ª e depois da última barra, respeite-as, pois são fundamentais na leitura.
Localização: A recomendação é que o código esteja no quadrante inferior direito do verso. Não se deve imprimi-lo em dobras, cortes e uniões da embalagem.
Posicionamento: Em embalagens cilíndricas recomenda-se colocar o código na posição vertical (barras paralelas a base do produto).
Fique atento
Existem tamanhos mínimos e máximos para que o código fique adequado ao rótulo / embalagem do produto, contribuindo para perfeita leitura nos pontos de venda e/ou centros de distribuição.
A Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil) possui um manual do usuário com todas as recomendações para maximizar os benefícios do código de barras.
Mais informações: www.gs1br.org